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O FATOR VERMELHO

 

 

O Fator Vermelho – Em 1895, segundo G. P. Mignone, foram dados os primeiros passos rumo à hibridação do Tarin da Venezuela com Canária. O alemão Bruno Materns, da Prússia Oriental, em 1914 também vinha trabalhando nesse sentido.

Após a primeira guerra mundial, 1920, outro alemão de novo G. Dhams de Königsberg, buscava aquela hibridação. Ao que tudo indica, porém, nunca alcançaram êxito. Não atingiram seus objetivos. Tiveram, porém, a glória de terem sido os precursores nessa longa caminhada e busca do canário de “fator vermelho”. As dificuldades que se deparam em qualquer hibridação sempre são grandes e no caso concreto, Tarin x Canária foram enormes, eis que se procurava não a obtenção de um simples híbrido (o que é relativamente fácil), mas a transferência, através de gerações, no gen vermelho do Tarin ao Canário.

Os híbridos eram obtidos, mas não apresentavam aquela cor vermelha tão desejada do Tarin.

Coube ao Dr. H. Dunker, de Brema, dar um alerta a respeito. Supondo que a causa da falta do vermelho a descendência fosse devida ao Amarelo, por isso recorreu ao cruzamento com canária Brancas. Mas a tentativa não foi mais favorável, pois não obteve híbridos melhores que os anteriores. Partiu, então, o Dr. Dunker para a experiência mais arrojada: a hibridação não mendeliana. Foi, então, apoiado por J. Heniger, que previa, inclusive, na criação de canário vermelho-laranja o aparecimento de um branco recessivo (que não seria geneticamente idêntico ao inglês) puro. Tal fato, porém, até o momento não ocorreu. Outro experimentador holandês prevê, não o aparecimento de um branco pleno mas de uma laranja-nevado. A teoria de Dunker deixou os ornitólogos perplexos, pois foi observado que em todos os pássaros vermelhos o amarelo está sempre presente. Comprovou-se, então, que a cor é auxiliada pela alimentação.

O amarelo deriva de um pigmento contido na clorofila1. O vermelho de carotenoides oxigenados. Estes últimos, porém, só se expressam na plumagem do canário que possua o gen vermelho, enquanto nos outros exemplares a plumagem permanece a amarela, mesmo quando alimentados com caroteno2. Surgiu, daí, então, a necessidade de se separarem os dois fatores, dando ao fato vermelho um significado independente do fator amarelo.

Os híbridos advêm mediante a união de dois gametas, precisamente aquele herdado do macho do Tarin e o feminino da canária, que são estruturalmente e cromossomicamente iguais. O F-1 recebe, portanto, enzima da mãe e os cromossomos do canário. O fator vermelho não pode, assim, se exteriorizar na sua plenitude em razão do incompleto sistema enzimático do híbrido no que respeita ao Tarin. Observa-se, também, que o vermelho brilhante do Tarin resultou de um vermelho composto de lipocromo e eumelanina, demonstrando-se assim uma cor composta estruturalmente de duas: vermelho e amarelo. Para concluir, pode-se afirmar que o fator vermelho do Tarin se transfere ao canário, mas perde consideravelmente a sua intensidade de cor, de uma lado por causa da troca estrutural das barbas das penas de ambos os pássaros e, de outra, pelo sistema enzimático celular do canário de fator vermelho herdado híbrido, segundo os mais recentes estudos feitos a respeito. Pois nunca, até o momento foi conseguido, realmente o canário vermelho. De um vermelho igual ao Tarin, senão mediante o auxílio de alimentação complementar.

Hoje, ficou bem mais fácil obter ótimos exemplares de vermelhos e para chegar onde estamos houve muito trabalho de nossos precursores. Como disse, espero que tenha refrescado a memória de muitos e despertado em outros um interesse maior pelos maravilhosos canários com fator.

 

Tarin da Venezuela

Tarin da Venezuela

 

Fontes:

Revista Brasil Ornitológico, ano XXIV – nº 97 – Nov – Dez 2014/Janeiro 2015, pág. 39.

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1Clorofila é a designação de um grupo de pigmentos fotossintéticos presente nos cloroplastos das plantas.

2Os carotenos são pigmentos orgânicos encontrado nas plantas e microrganismos como algas e fungos.

 

 

 

 

 

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